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CONSTELAÇÃO

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Cientistas acreditam ter encontrado primeira lua fora do Sistema Solar


Notícias para todos os gostos.

 Science Phto Library

 Ilustração: onde há exoplanetas, possivemente há exoluas

 Uma equipe de astrônomos pode ter descoberto a primeira lua fora do Sistema Solar.

 Se a descoberta for confirmada, a exolua teria o tamanho e a massa de Netuno e poderia orbitar um planeta grande como Júpiter, mas com 10 vezes sua massa.

 Os sinais da possível lua foram registrados pelo telescópio espacial Kepler. Agora os astrônomos planejam usar o Hubble, em outubro, para realizar mais observações e confirmar a hipótese.

 Um artigo sobre a possível descoberta, que faz parte do projeto Hunt for Exomooons with Kepler - (Caça a Exoluas com Kepler, em tradução livre para o português), foi publicado no site de publicações científicas Arxiv.

 Até hoje, os astrônomos já descobriram mais de 3.000 exoplanetas - planetas que orbitam estrelas diferentes do Sol.

 A caça às exoluas - que orbitariam esses planetas distantes - prosseguiu em paralelo. Mas, até agora, não foram detectados satélites extrassolares dadas as limitações das tecnologia atual.

 David Kipping, professor assistente de astronomia da Universidade de Columbia em Nova York, afirma que passou "a maior parte de sua vida adulta" à procura de exoluas. Em relação à possível descoberta, ele pede cautela:

 "A gente poderia descrever, por enquanto, simplesmente como algo consistente com uma lua, mas, de repente, pode ser outra coisa", afirma.

 O telescópio espacial Kepler busca por planetas procurando pequenas oscilações no brilho das estrelas que ocorrem quando um planeta passa em frente a ela - evento conhecido como "trânsito". Para encontrar as exoluas, os pesquisadores observam a redução da luminosidade das estrelas antes e depois deste fenômeno.

 O sinal promissor foi registrado durante três trânsitos - menos do que os astrônomos gostariam para anunciar com segurança uma descoberta.

 Nasa

 Pesquisadores vão continuar as observações com o telescópio Hubble em outubro

 A pesquisa - conduzida por Kipping, Alex Teachey, seu colega na Universidade de Columbia, e o cientista Allan R. Schmitt - atribuiu um nível de confiança "quatro sigma" ao sinal registrado. O nível de confiança descreve o quão improvável é que um resultado experimental seja simplesmente um acaso. Se você pensar no jogo de 'cara ou coroa', seria o equivalente a tirar 15 'caras' seguidas.

 Mas, segundo Kipping, essa não seria a melhor maneira de avaliar a potencial descoberta.

 "Estamos entusiasmados... estatisticamente, formalmente, é uma probabilidade muito alta. Mas nós confiamos realmente nas estatísticas? Isso é algo não quantificável. Até que a gente obtenha as observações do Hubble, seria 50% de chance, na minha opinião", pondera.

 O candidato a lua é conhecido como Kepler-1625b I e foi observado em um sistema situado a quatro mil anos-luz da Terra.

 Uma teoria atual da formação planetária sugere que o corpo celeste, que orbitaria um planeta com a massa de Júpiter, provavelmente não se formou ali, mas teria sido capturado pela gravidade do planeta em uma fase avançada da evolução do seu sistema planetário.

 Os pesquisadores não encontraram nenhum indício de uma lua do tamanho de Netuno na literatura, mas Kipping observa que não há nada na física que a impeça de existir.

 Outros possíveis candidatos surgiram no passado, mas nenhum foi confirmado até agora.

 "Eu diria que é o melhor (candidato) que já tivemos", avalia Kipping.

 "Quase sempre que esbarramos em um candidato, e ele passa nos nossos testes, nós inventamos mais testes até que ele é finalmente eliminado - até que ele falhe em um dos testes... neste caso, aplicamos todos os testes que já fizemos e ele passou em todos. Por outro lado, só tivemos três eventos", acrescenta.

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terça-feira, 27 de junho de 2017

NASA divulga nova foto intrigante de Marte; imagem parece com praia na Terra

Nova foto, tirada pouco depois do "périplo" da Opportunity pelo solo marciano, revela uma paisagem muito parecida com uma praia na Terra Foto: NASA / JPL-Caltech / Cornell / Arizona State Univ.

A  agência aeroespacial norte-americana (NASA) divulgou nesta semana uma nova imagem do fundo da cratera Endeavour, no solo de Marte.

Astrônomos da agência relataram que  sonda Opportunity está estudando a borda de uma cratera para descobrir novas pistas sobre os processos que espalharam pedras pela superfície do Planeta Vermelho.

A nova foto, tirada pouco depois do "périplo" da Opportunity pelo solo marciano, revela uma paisagem muito parecida com uma praia na Terra.

Os cientistas suspeitam que a água pode ter desempenhado um importante papel no transporte das numerosas rochas que se encontram nesta área do Planeta Vermelho.

Os cientistas supõem que a região poderia ter abrigado um lago situado no topo da cratera, servindo esta de escoadouro. O cume no topo do vale é caracterizado por uma ampla gama de rochas. 

Canal de drenagem?
Os pesquisados da NASA acrescentam que a oeste do local há alguns pedaços pequenos de rochas em torno uma pequena cova. Segundo os pesquisadores, o local pode ter sido um canal de drenagem há milhares de milhões de anos atrás.

Ray Arvidson, cientista radicado Universidade de St. Louis (EUA), afirmou que sua equipe tenta determinar se as rochas do fundo da cratera Endeavour se formaram no local ou se foram levadas para lá.

Com informações do portal da NASA

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Planeta Dez: Dados indicam mais um planeta no Sistema Solar

Com informações da New Scientist -  22/06/2017

Visualização artística do gelado Planeta Dez, que ainda deverá ser observado diretamente. [Imagem: Heather Roper/LPL]

Quintal desconhecido

Depois dos indícios da existência de um nono planeta no Sistema Solar - o ardentemente procurado Planeta Nove - agora novos dados indicam que o Sistema Solar pode ser ainda mais populoso do que se pensava.

Kathryn Volk e Renu Malhotra, da Universidade do Arizona, nos EUA, acabam de encontrar indícios da existência de um décimo planeta em nosso sistema - o Planeta Dez.

Os indícios surgiram quando as duas astrônomas rastreavam as regiões além de Netuno, no chamado Cinturão de Kuiper, que começa a partir das 55 unidades astronômicas (ua) - ou seja, 55 vezes mais longe do que a distância do Sol à Terra. Foi uma onda de descobrimento de um grande número de corpos celestes poucos brilhantes nessa região que ajudou a desclassificar Plutão como planeta.

Planeta Dez

Volk e Malhotra rastrearam vários objetos nessa região e verificaram que vários deles descrevem órbitas anômalas, com uma inclinação orbital de oito graus em média. Os efeitos observados, segundo elas, só podem ser explicados pela presença de um outro corpo celeste de grandes dimensões - um planeta.

"Não é o que esperaríamos se os únicos planetas do Sistema Solar fossem aqueles que já conhecemos. Isto significa adicionar um novo planeta - o Planeta Dez, assumindo que o Planeta Nove exista," disse Volk.

A técnica é a mesma usada para identificar o Planeta Nove, só que este deve estar a 700 ua e ter 10 vezes a massa da Terra. O Planeta Dez estaria bem mais perto, a 50 ua, e deve ser bem menor, mais ou menos do tamanho de Marte.

O Planeta 10 estaria em uma órbita inclinada em relação ao Sol e aos planetas conhecidos. [Imagem: Heather Roper/LPL]

Fácil de ver

Ocorre que um planeta do tamanho de Marte localizado pouco depois de Netuno deve ser muito mais fácil de ser observado do que o distante Planeta Nove.

Na verdade, outros astrônomos, ao comentarem os resultados da pesquisa, afirmam ser difícil de acreditar que exista algo deste tamanho e tão próximo e que não tenha sido observado até hoje, embora o eventual planeta possa ser obscurecido por galáxias de fundo.

Os dados deverão ser confirmados - ou corrigidos - com a adição de novas observações de corpos do Cinturão de Kuiper. Esses dados poderão ser fornecidos pelo projeto OSSOS (Outer Solar System Origins Survey), que está rastreando milhares de objetos nessa região.

"Teria que ser um acaso muito grande para que este não seja um efeito real. Acreditamos que há um sinal real lá e isso implica um planeta adicional," disse Volk.

Bibliografia:

The curiously warped mean plane of the Kuiper belt
Kathryn Volk, Renu Malhotra
The Astronomical Journal
Vol.: Accepted paper
https://arxiv.org/abs/1704.02444

NASA prevê que um asteroide gigantesco, que mede cerca de 1.000 metros de...

A NASA prevê que um asteroide gigantesco, que mede cerca de 1.000 metros de largura, passará muito próximo a Terra na próxima sexta-feira.

O objeto chamado de “2014-YB35” está previsto para passar perto do nosso planeta na sexta-feira (27) a mais de 37.015 km/h.

Não é incomum para que pequenos meteoritos passem perto do nosso planeta, no entanto, nessas dimensões, é uma ocorrência muito rara e que representa uma ameaça real, de acordo com Bill Napier, professor de astronomia na Universidade de Buckinghamshire, Inglaterra.

Qualquer impacto provocaria mudanças devastadoras no clima, além de terremotos e tsunamis.

Asteroide “2014-YB35” passará na próxima sexta-feira muito próximo a Terra, e representa ameaça real de acordo com astrônomo inglês Bill Napier.

Especialistas alertam que é apenas uma questão de tempo para que um asteroide capaz de causar danos ao nosso planeta colida aqui.

Esta rocha tem previsão de passar a menos de 4.500.000 quilômetros, uma pequena distância em termos astronômicos, de acordo com a NASA.

Se atingisse a Terra, nuvens de detritos seriam jogadas na atmosfera, alterando o clima e potencialmente tornando o planeta inabitável para a vida.

Impactos menores seriam capazes de destruir cidades.

Fonte: Mirror

terça-feira, 6 de junho de 2017

Bateria do OnePlus 5 será totalmente recarregada em apenas 30 minutos, aponta rumor

Os rumores iniciais sobre o OnePlus 5 indiciavam que o novo smartphone da fabricante chinesa viria com bateria de 3.600 mAh, mas, de acordo com vazamento da embalagem do produto, tudo indica que teremos apenas 3.300 mAh, o que pode soar um pouco decepcionante para alguns.

A boa notícia, no entanto, é que o OnePlus 5 virá com nova geração da tecnologia Dash Charge da empresa, que promete carregar estes 3.300 mAh em apenas 30 minutos. A OnePlus já demonstrou anteriormente que sua tecnologia é mais eficiente que a Quick Charge da Qualcomm, mas será que veremos um avanço tão grande assim no novo smartphone da empresa?

Imagem: Rumor via rede Weibo comenta sobre a tecnologia Dash Charge do OnePlus 5

O OnePlus 3T não chega a empolgar em autonomia de bateria, mas é capaz de render um dia inteiro de uso. Com a bateria sendo totalmente carregada em apenas 30 minutos, mesmo que o OnePlus 5 não traga um avanço considerável em autonomia, não será nenhum problema ter que carregar o aparelho todos os dias.

O que podemos esperar para o OnePlus 5?​

Tela de 5,5 polegadas com resolução Full HD (1920 x 1080 pixels)Chipset Qualcomm Snapdragon 835 com CPU octa-core de 2,45 GHz e GPU Adreno 5406 GB ou 8 GB de RAM64 GB,128 GB ou 256 GB de espaço para o armazenamento internoCâmera principal com dois sensores de 16 megapixelsCâmera frontal também de 16 megapixelsLeitor de impressões digitaisBateria de 3.300 mAhAndroid 7.1.1 Nougat sob a interface Oxygen como sistema operacional

O novo smartphone da OnePlus será revelado este mês e teve possível data de lançamento vazada pela própria empresa em sua página do Facebook. O possível preço de lançamento do OnePlus 5 também foi especulado por analista, que espera por um valor acima do foi cobrado pela fabricante no anterior, pelo menos na China.

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terça-feira, 2 de março de 2010

Quem são exatamente os evangélicos?

Parece que uma nova tempestade ou, pelo menos, um vendaval se formou recentemente ao redor do termo "evangélico". Um número crescente daqueles que identificam como evangélicos está compreendendo que nem todos crêem nas mesmas coisas, nem mesmo em relação às doutrinas essenciais. Em resposta a isso, alguns começaram a escrever manifestos que tentam reafirmar as características de uma identidade evangélica. Outros estão escrevendo livros e realizando conferências que têm como alvo recentralizar o movimento como um todo. Outros decidiram que é melhor descartar o termo e chamar a si mesmos de "pós-evangélicos".

Esse problema não é novo. Nunca foi fácil determinar quem são os evangélicos, porque o evangelicalismo sempre foi um movimento diversificado. Lutero queria que seus seguidores fossem chamados de "evangélicos", significando pessoas do evangelho (foram os seus inimigos que apelidaram seus seguidores de "luteranos"). O outro braço da Reforma também se alegrava em compartilhar da designação evangélica (os luteranos ortodoxos cunharam o termo "calvinistas" como um modo de fazerem distinção entre seu próprio ponto de vista e opiniões reformadas sobre a Ceia do Senhor). Depois, com o advento do pietismo e do avivalismo, o rótulo "evangélico" tomou muitas direções. Hoje o termo é uma designação tão ambígua que alguns historiadores julgam que a melhor definição é a de George Marsden: "Qualquer pessoa que gosta de Billy Graham".

No entanto, com um pouco de perspectiva histórica, não é difícil perceber porque essas tempestades, ou vendavais, são constantes: o evangelho está se tornando para sempre separado dos evangélicos; essa é a razão por que é tão difícil saber quem são os evangélicos.

PIETISMO E AVIVALISMO

O termo "evangélico" entrou em uso comum durante a Reforma como um esforço para esclarecer e proclamar o evangelho. Anglicanos, presbiterianos e, no Continente, os seguidores de Bucer, Calvino, Knox e Beza também gostavam do termo "reformado" porque o seu objetivo não era começar uma nova igreja ou denominação, e sim reformar a igreja histórica. Além disso, as igrejas luteranas e reformadas, apesar de suas importantes diferenças, mantiveram-se lado a lado em defender o evangelho de distorções, tanto de Roma como dos anabatistas.

O advento do pietismo e do avivalismo complicou as coisas. A princípio, o pietismo era um movimento de reforma dentro das igrejas luteranas e reformadas, estimulando uma conexão mais profunda entre a doutrina e a piedade. Por fim, o pietismo começou a se parecer cada vez mais com a espiritualidade anabatista. O avivalismo (inglês e americano) também empurrou o pietismo para longe de suas raízes reformadas.

Um preço crucial de admissão ao arraial evangélico durante o Primeiro Grande Avivamento era ser pró-avivamento. Muitos ministros luteranos e reformados eram ambivalentes quanto à própria idéia de esperar tempos de avivamento, suspeitando que ele abrigava uma opinião inferior do ministério regular da igreja. Mas no Segundo Grande Avivamento não houve questionamentos. O foco mudou de uma ênfase na obra salvadora de Deus, em Cristo, por meios dos instrumentos ordenados por Deus, para uma ênfase nas decisões e esforços humanos, por meio de métodos e "estímulos" pragmáticos. O principal personagem por trás do segundo avivamento, Charles G. Finney (1792-1875), até rejeitava a doutrina do pecado original, da expiação vicária, da justificação somente pela fé e o caráter sobrenatural do novo nascimento.

O Segundo Grande Avivamento, representado por Finney, criou um sistema de fé e prática adequado a uma nação autoconfiante. O evangelicalismo – ou seja, o protestantismo americano do final do século XVIII – foi um instrumento para inovações. Na doutrina, serviu à preferência da modernidade quanto a uma confiança na natureza e no progresso humanos. Na adoração, transformou o ministério centrado na Palavra e nas ordenanças em entretenimento e reforma social, criando o primeiro sistema de estrelas na cultura de celebridades. Na vida pública, confundiu o reino de Cristo com o reino deste mundo e imaginou que o reino de Cristo poderia ser tornado visível por meio de atividades sociais, morais e políticas dos santos. Havia pouco espaço para qualquer coisa imporante que fosse capaz de restringir o movimento, disciplinar suas celebridades empresariais ou questionar seus "avivamentos", à parte de sua freqüente publicidade de curta duração.

Em algum ponto ao longo do caminho, o evangelho se tornou separado da evangelização; a mensagem ficou subserviente aos métodos. A religião americana se tornou digna da caracterização de Dietrich Bonhoeffer: "Protestantismo sem Reforma".[i]

"Encontros extremos", comentou B. B. Warfield, no final do século XIX, a respeito dos pietistas conservadores e dos racionalistas liberais. "Os pietistas e os racionalistas têm caçado juntos, em duplas, e abrandado as suas contendas juntos. Eles podem diferir quanto a por que estimam a teologia um traste e por que não querem que um futuro ministro desperdice seu tempo em obtê-la. Um ama tanto a Deus, e o outro o amam tão pouco, que não se preocupa em conhecê-lo".[ii]

Herman Bavinck, o colega holandês de Warfield, observou: "Movimentos poderosos, como aqueles que o pietismo fez surgir na Alemanha e que o metodismo desencadeou na Inglaterra e na América, todos eles tinham em comum o fato de que mudaram o centro de gravidade do objeto da religião para o sujeito da religião. A teologia seguiu esse caminho nos sistemas produzidos por Kant, Schleiermacher e suas escolas".[iii] A ala erudita do pietismo protestante na América tendeu a ser assimilada pelo modernismo, enquanto a sua ala fundamentalista produziu uma colheita sempre nova de jovens cínicos e iludidos que achavam a outra uma mera opinião atraente. No entanto, modernistas como Harry Emerson Fosdick e fundamentalistas como Bob Jones podiam citar Finney e seu legado com afeição.

A CORRENTE REFORMADA

Entretanto, a corrente reformada do evangelicalismo americano não havia se esgotado completamente. O Princeton Antigo foi uma fonte especialmente fecunda para renovação e defesa do legado do verdadeiro evangelicalismo. Luteranos como C. F. W. Walther, presbiterianos como Archibald Alexander, congregacionalistas como Timothy Dwight, episcopais como o bispo William White e batistas como Isaac Backus podiam reconhecer uma essência de convicções reformadas que tinham em comum contra a maré crescente de infidelidade. Muito proveito resultou (e ainda resulta) da cooperação evangélica no campo missionário, nos ministérios diaconais comuns e na erudição fiel.

Clérigos como Warfield e Hodge se consideravam evangélicos no sentido distintamente reformado e se esforçaram por trazer o protestantismo americano à harmonia com essa definição. Eles também eram firmemente comprometidos e envolvidos de modo pessoal com os amplos esforços missionários nos Estados Unidos e no exterior, e isso os colocava em constante comunhão e cooperação com outros evangélicos.

Apesar disso, Warfield começava a perceber que a tensão entre opiniões competidoras da identidade evangélica tornava mais difícil o permanecer como apoiador irrestrito da causa evangélica. Em 1920, certo número de evangélicos apresentou "um plano de união das igrejas evangélicas". Warfiel avaliou o "credo" desse plano, enquanto era estudado por presbiterianos, e observou que a nova confissão proposta "não contém nada que não seja crido pelos evangélicos", mas "não contém nada que não seja crido... pelos adeptos da Igreja de Roma". Ele escreveu:

Não há nada sobre a justificação pela fé neste credo. E isso significa que todos os ganhos obtidos naquele grande movimento religioso que chamamos de Reforma são lançados pela janela... Não há nada a respeito da expiação no sangue de Cristo neste credo. E isso significa que todo o ganho da longa busca medieval pela verdade é lançado sumariamente fora... Não há nada sobre o pecado e a graça neste credo... Não precisamos mais confessar nossos pecados; não precisamos reconhecer a existência de tal coisa. Precisamos crer no Espírito Santo somente como "guia e consolador" – os racionalistas não fazem o mesmo? E isso significa que todo o ganho que o mundo inteiro obteve dos intensos conflitos de Agostinho é lançado fora juntamente com as outras coisas... Também é verdade que os ganhos obtidos dos debates que ocuparam a primeira era da igreja cristã, por meio dos quais atingimos o entendimento das verdades fundamentais da Trindade e da deidade de Cristo, são lançados fora por este credo. Não há Trindade neste credo; não há deidade de Cristo – ou do Espírito Santo.[iv]

Se a justificação pela fé é o âmago do evangelho, Warfield questionou, como podem "os evangélicos" omiti-la de sua confissão de fé comum? Ele perguntou: "Este é o tipo de credo que o presbiterianismo do século XX acha suficiente como base para cooperação nas atividades evangelísticas? Então, ele pode prosseguir suas atividades evangelísticas sem o evangelho, pois este credo nega completamente o evangelho". De novo, o evangelho se separara dos evangélicos. "Comunhão é uma palavra excelente", concluiu Warfield, "e um grande dever. Mas a nossa comunhão, de acordo com Paulo, tem de ser no ‘progresso do evangelho’".[v]

O diagnóstico do cristianismo americano oferecido por Dietrich Bonhoeffer ("Protestantismo sem Reforma"), depois de sua viagem para preleções nos Estados Unidos, parece vindicado. Ele escreveu:

Deus não tem dado qualquer reforma ao cristianismo americano. Ele lhe deu fortes pregadores avivalistas, clérigos e teólogos, mas nenhuma reforma da igreja de Jesus Cristo por meio da Palavra de Deus... A teologia americana e a igreja americana como um todo não têm sido capazes de entender o significado do "cristicismo" pela Palavra de Deus e de tudo que isso significa. Eles não entendem que o "criticismo" de Deus toca até a religião, a cristandade da igreja e a santificação dos cristãos e que Deus fundou a sua igreja acima da religião e da ética... Na teologia americana, o cristianismo é essencialmente religião e ética... Por causa disso, a pessoa e a obra de Cristo foram, quanto à teologia, colocados em segundo plano e permanecem mal entendidos, porque não são reconhecidos como o único fundamento do juízo radical e do perdão radical".[vi]

ONDE ESTÁ O EVANGELICALISMO HOJE?

Hoje, alguns dos maus frutos do pietismo e do avivalismo subsistem. Muitos têm por certo que aqueles são muito interessados em doutrina são os que menos se interessam por alcançar o perdido (ou, como se diz hoje, "os sem-igreja"). Os evangélicos são freqüentemente desafiados a escolher entre tradicional e missional, dois campos que são descritos tipicamente como nada mais do que caricaturas. Os primeiros evangélicos se reuniam, simultaneamente, ao redor de manter o evangelho correto e de anunciá-lo, mas hoje a coalizão é definida, cada vez mais, por seu estilo ("contemporâneo" versus "tradicional"), sua política ("conservadorismo compassivo" ou a mais nova redescoberta de raízes progressistas avivalistas) e suas principais estrelas musicais, e não por suas convicções a respeito de Deus, da humanidade, da salvação, do propósito da história e do julgamento final.

Entendo que nem todos esses "credos" são hoje tão minimalísticos como aquele que Warfield avaliou. E o evangelicalismo americano não tem permanecido sem os seus defensores da fé. Em sua declaração de fé, a Associação Nacional de Evangélicos afirma a Trindade, a deidade de Cristo, "a morte vicária e expiatória, por meio do derramamento do sangue de Cristo", e a necessidade de renascimento espiritual. Contudo, ali não há nenhuma menção da justificação – o artigo sobre o qual uma igreja se mantém de pé ou cai –, e a única convicção concernente à igreja é a crença em "uma unidade espiritual de crentes no Senhor Jesus Cristo". O batismo e a Ceia do Senhor não são nem mencionados.

Ironicamente, a genuína fé evangélica se encontra com freqüência fora do movimento evangélico e dentro do evangelicalismo ela é contestada em muitas frentes. Tem se tornado cada vez mais comum os evangélicos questionarem a autoridade (e não menos a suficiência) da Escritura e as doutrinas básicas em torno das quais evangélicos de diferentes segmentos eram capazes de se unir. De acordo com cada grande pesquisa que tenho visto, a maioria dos evangélicos americanos desconhece muitas das verdades básicas do cristianismo. Em vez disso, há um amplo "deísmo moralista e terapêutico", como comprovou o sociólogo Christian Smith. O fato de que pessoas que crescem em igrejas evangélicas provavelmente – e, em alguns estudos, mais provavelmente – aceitarão esse tipo de espiritualidade amorfa, deixando de lado os credos cristãos, pode fazer você perguntar o que há de "evangélico" no "evangelicalismo". O evangelho abandonou os evangélicos?

Ao mesmo tempo, encontramos freqüentemente cativantes defesas do cristianismo histórico, incluindo as percepções da Reforma, procedentes daquelas que poderiam parecer as fontes mais improváveis.

UM PARQUE TRANQÜILO

Por tudo isso, ainda estou convencido de que há um lugar para sermos "evangélicos". Por quê? Em palavras simples, porque ainda temos o evangelho. Em minha opinião, o evangelicalismo serve melhor como um parque tranqüilo, à semelhança dos parques públicos no centro das cidades da antiga Nova Inglaterra, para todos os que afirmam este evangelho. É um lugar em que os cristãos de igrejas diferentes se encontram para discutir o que têm em comum, bem como as suas diferenças. Ajudam um ao outro a se manterem honestos.

Em sua fase presente, a igreja é um povo peregrino. Acho que a confissão reformada é o mais fiel resumo dos ensinos da Bíblia. Contudo, a minha fé é fortalecida por encontrar-me com cristãos de tradições diferentes que me desafiam a pensar mais profunda e completamente a respeito das ênfases que tenho perdido.

Esse lugar tranqüilo também provê uma área comum na qual os cristãos podem testemunhar aos não-cristãos a esperança que compartilham e um espaço comum no qual nossos vizinhos de determinada comunidade podem ser servidos pelo amor cristão. O perigo surge quando o parque se torna dominado por uma atmosfera quase pelagiana e, confiando em si mesmo, imagina que sua Grande Tenda é a catedral que reduz as igrejas ali estabelecidas a simples capel

[i] Dietrich Bonhoeffer, "Protestantism without Reformation", em No Rusty Swords: Letters, Lectures and Notes, 1928-1936, ed. Edwin H. Robertson, trad. Edwin H. Robertson e John Bowden (London: Collins, 1965), p. 92-118.

[ii] B. B. Warfield, "Our Seminary Curriculum", em Selected Shorter Writings of Benjamin B. Warfield – I, ed. John E. Meeter (Nutley, NJ: Presbyterian and Reformed Publishing Co., 1970), p. 371.

[iii] Herman Bavinck, Reformed Dogmatics: Vol. 3: Sin and Salvation in Christ, ed. John Bolt, trad. John Vriend (Grand Rapids: Baker Academic, 2006), p. 556.

[iv] B. B. Warfield, "In Behalf of Evangelical Religion", em Selected Shorter Writings of Benjamin B. Warfield – I, ed. John E. Meeter (Nutley, NJ: Presbyterian and Reformed Publishing Co., 1970), p. 386.

[v] Ibid., p. 387.

[vi] Dietrich Bonhoeffer, op. cit.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Você Tem Somente uma Vida Preciosa

Você Tem Somente uma Vida Preciosa
John Piper
A Televisão é uma Parte Imensa Dessa Vida?

Se todas as variáveis são iguais, a sua capacidade de conhecer a Deus talvez diminuirá profundamente em proporção a quanto tempo você assiste à televisão. Há várias razões para isto. Uma das razões é que a televisão reflete nossa cultura em sua maior trivialidade. E uma dieta permanente de trivialidade arruína a alma. Você se acostuma com ela. Começa parecendo normal. Aquilo que é tolo se torna divertido. E o divertido se torna agradável. E o agradável se torna satisfatório à alma. E, no final, a alma que é criada para Deus, desceu ao ponto de satisfazer-se comodamente em trivialidades.

Talvez isto não seja percebido, porque, se tudo o que você conhece é a nossa cultura, não pode perceber que há alguma coisa errada. Quando se lê apenas revistas em quadrinhos, não é de se estranhar que não haja qualquer boa literaturaem casa. Quem vive onde não há estações, não sente saudades das cores do outono. Quem assiste a cinqüenta comerciais de televisão, todas as noites, talvez esqueça que existe uma coisa chamada sabedoria. Na maior parte de sua programação, a televisão é trivial. Raramente ela inspira grandes pensamentos ou fortes sentimentos com vislumbres de grandes verdades. Deus é a Realidade absoluta e suprema, que modela todas as coisas. Se Ele obtém algum tempo de transmissão, é tratado como uma opinião. Não há reverência. Não há tremor. Deus e tudo que Ele pensa a respeito do mundo está ausente da televisão. Alienadas de Deus, todas as coisas se encaminham a ruína.

Pense em quão nova é a televisão. Nestes 2.000 anos de história desde a vinda de Cristo, a televisão tem moldado apenas os últimos 2,5% dessa história. Nos outros 97,5% do tempo desde a vinda de Jesus, não havia televisão. E, durante 95% desse tempo, não havia rádio. O rádio entrou em cena no início dos anos 1900. Portanto, durante 1.900 anos de história cristã, as pessoas gastaram seu tempo livre fazendo outras coisas. Perguntamos a nós mesmos: o que elas fizeram? Talvez liam mais. Ou conversavam mais sobre as coisas. Com certeza, elas não foram bombardeadas com trivialidades prejudiciais à alma, transmitidas durante todo o dia.

Você já perguntou: “O que poderíamos fazer que é realmente de valor, se não assistíssemos a televisão?” Observe: não estamos refletindo apenas sobre o que a televisão nos faz com seus rios de vacuidade, mas também sobre o que ela nos impede de fazer. Por que você não faz uma experiência? Faça uma lista do que você poderia realizar, se usasse o tempo que gasta assistindo a televisão e o dedicasse a outra coisa. Por exemplo:

1. Você poderia ser inspirado a uma grande realização por aprender sobre a vida de Amy Carmichael, uma mulher nobre e piedosa, e sobre a coragem dela ao servir sozinha às crianças da Índia. De onde vêm esses sonhos radicais? Não vêm de assistirmos à televisão. Abra sua alma para que ela seja dilatada por meio de uma indescritível vida de consagração a uma grande causa.

2. Você poderia ser inspirado pela biografia de um homem de negócios, ou de um médico, ou de uma enfermeira, para obter a habilidade de abençoar outros com a excelência de uma profissão dedicada a um alvo mais elevado do que qualquer coisa que a televisão recomenda sem jamais incluir a Jesus.

3. Poderia memorizar o oitavo capítulo da Carta aos Romanos e penetrar nas profundezas da percepção de Paulo quanto à pessoa de Deus. E, ainda, descobrir o precioso poder da memorização das Escrituras em sua vida e seu ministério. Ninguém pode avaliar o poder que viria a uma igreja, se todos os seus membros desligassem a televisão por um mês e dedicassem o mesmo tempo à memorização das Escrituras.

4. Poderia escrever uma poesia simples ou uma carta para um parente, um filho, um amigo ou um colega, expressando profunda gratidão pela vida deles ou anelos em relação a alma deles.

5. Poderia fazer um bolo ou um prato especial para os vizinhos e entregá-lo com um sorriso e um convite de virem à sua casa, para se conhecerem mutuamente.

Portanto, existem muitas razões para se tentar um jejum de televisão ou simplesmente afastarmo-nos dela por completo. Não temos possuído um aparelho de televisão por trinta e quatro anos, exceto por três anos, quando estivemos na Alemanha e o usamos para aprender o idioma. Não existe virtude inerente nisto. Menciono-o apenas para provar que podemos criar cinco filhos sensíveis à cultura e informados biblicamente sem a televisão. Eles nunca se queixaram disso. Na verdade, freqüentemente se admiram com o fato de que pessoas conseguem encontrar tanto tempo para assistirem a televisão.